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Vivência do 19º Domingo do Tempo Comum (Ano A)

Diácono Jorge Luiz Silva (Arquidiocese de Belo Horizonte - MG)

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Aos pais Legionários de Maria

    Queridas Legionárias e queridos Legionários, que a intercessão amorosa da Mãe de Jesus e nossa nos ajude a atravessar o mar de nossas existências rumo ao Reino.


    O mês de agosto é o mês das vocações e neste domingo celebramos o Dia dos Pais, presentes fisicamente e vivos na lembrança. O Dia dos Pais tem que ser para todos nós um convite a viver o título da obra de São Tomás de Kempis: “Imitação de Cristo”. Pois, o modelo de paternidade para nós cristãos é o nosso Deus, criador e cuidador amoroso, rico em misericórdia.


    A liturgia da Palavra neste 19º Domingo Comum nos propõe na primeira leitura refletir sobre a experiência do Profeta Elias no seu encontro com Deus.


    Ao afirmarmos que Deus é pai, condicionamos nossa compreensão ao modelo paterno que conhecemos. É possível que O imaginemos como um pai de muita severidade, que age com a impetuosidade de um furacão; ou talvez alguém que se apresente com tamanha força que é possível comparar sua presença a um terremoto, ou a um fogo intenso. O texto nos assegura que a nenhuma dessas imagens fortes comporta a presença divina.


    Na brisa suave que seguiu às manifestações estava Deus. É nessa condição de suavidade, amor, paciência, misericórdia e compaixão que se deve reconhecer a condição paterna de Deus, que convida a cada um viver paternidade semelhante.


    O Evangelho, narrado por Mateus, servindo do simbolismo do mar para falar sobre a missão dos cristãos no mundo, nos coloca diante da tarefa criadora e educadora que compete a cada cristão.


    O mar, pela sua extensão e perigos, é o modelo de um mundo onde se deve anunciar o Reino e viver a missão de continuar a obra iniciada por Jesus. A visão do Mestre andando sobre as águas, que causa temor aos discípulos, logo se transforma em segurança a ponto de Pedro pedir para ir ao encontro de Jesus caminhando por cima da água, ainda que o mar estivesse revolto. Mas, vacilante, começa a afundar. Tenhamos certeza de que não é o risco que nos afunda, mas a dúvida que nos paralisa. Somos chamados a reconhecer a presença de Jesus que vem ao nosso encontro nas dificuldades e nos liberta pela sua Palavra: “Sou eu”.


    Caminhar sobre as águas é uma prerrogativa divina, mas significa para nós a superação dos desafios e a coragem para enfrentar oposições e perseguições de uma sociedade voltada para o consumo e que nega os valores da fé. Aos pais cabe o dever de transmitir aos filhos os valores ético-morais necessários à construção de um mundo melhor. Ser cristão no mundo é fazer diferença.


    Caríssimas e caríssimos, somos todos chamados a navegar para “a outra margem” embarcados no barco que é a Igreja, seja ela onde congregamos para celebrar a Eucaristia, ou o seio de nossas famílias onde partilhamos o amor, a dedicação e, solidariamente, enfrentamos os ventos contrários. Embarcados com Jesus, somos fortalecidos e experimentamos, na companhia Dele, a presença de Deus que se faz companheiro de caminhada na vivência de acontecimentos novos e imprevistos.

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